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Rock on Stage: "Tales Of The Dark Cult " entre os melhores lançamentos nacionais do ano de 2015.

RATTLE citado entre os melhores lançamentos nacionais do ano de 2015!! "No lado do Thrash Metal então é quase um ultraje citar alg...

sábado, 24 de abril de 2021

ABERTURA PARA O TORTURE SQUAD (2015)


O show de lançamento tinha sido bem sucedido, e o CD "Tales of the Dark Cult" estava tendo boa repercussão. Mas devido a diversos problemas, a mini tour pelo Nordeste que estávamos planejando foi abortada. A situação financeira da banda também não era das melhores, com praticamente todos desempregados. Com tudo isso, diminuiu-se a quantidade de ensaios e shows. Henrique estava agora residindo em Jequié, inclusive a foto do encarte do CD, com a banda toda num cenário escuro, foi tirada com cada integrante separadamente, a foto de Henrique foi feita em Jequié por Mariana Souza e enviada por email.

O CD estava colhendo boas criticas na mídia especializada, e por conta disso a banda foi convidada para uma participação numa matéria da TVE Bahia sobre o Thrash Metal, para o programa Soterópolis

Vídeo contendo trechos do programa Soterópolis, exibido na TVE (BA), afiliada da TV Cultura, no dia 01.10.2015.

Val foi o escolhido para a entrevista, realizada no dia 22 de setembro de 2015, e ele foi com óculos escuro, tremendo já que era bem tímido, mesmo já tendo dado várias entrevistas para a TV, inclusive ao vivo falando não só sobre a banda, mas sobre seus projetos de cinema e quadrinhos.


O mês de outubro trouxe um convite inesperado: ser uma das bandas de abertura do show da nova formação do Torture Squad. A banda ficou muito animada com a oportunidade. Iríamos abrir o evento, que teria ainda Keter se apresentando antes da banda principal. A Shinigami, que estava divulgando o "Tales of the Dark Cult" pediu para fazermos uma arte promocional com uma foto nossa e a do Torture Squad (que pode ser vista abaixo) para divulgar nas redes sociais.


Arte pronta, postamos em nossas redes sociais e enviamos para a Shinigami. Também estávamos divulgando o cartaz oficial em vários lugares. Acontece que o dono do Dubliners Irish Pub viu a nossa imagem de divulgação, com mais cores, mais atrativa que o cartaz original, não se ligou que no cartaz oficial tinha uma banda a mais, e imprimiu nossa imagem de divulgação em tamanho gigante e prendeu na entrada da casa de shows.


Nem sabíamos disso, mas recebemos mensagens pesadas por parte da Keter, nos acusando de promover o evento e a nós mesmos e esquecer deles. Sem saber o que havia acontecido, recebemos uma foto da entrada do Dubliners. A situação esquentou os ânimos, e uma imagem divulgando apenas Torture Squad e Keter foi postada nas redes sociais mas não nos afetou em nada. Mas o clima continuou ruim por um tempo, até que tudo foi apaziguado com uma reunião com Alexandre Afonso, da produtora Rock Freeday, que organizava o evento, e havia nos convidado para ser abertura. Na reunião, onde compareceram Val e George Lessa, guitarrista, com passagens pela Headhunter DC, atualmente no God Funeral, o mau entendido foi desfeito. Alexandre aproveitou e gravou um vídeo onde os dois convidavam o público para o evento, como pode ser visto abaixo:

Convocação para o show Torture Squad / RATTLE e Keter.

Entre este dia, e o dia do evento, 29 de novembro, outras artes de divulgação foram feitas e publicadas em sites e redes sociais. Alguns só com os nomes das bandas, outros contendo os logos de forma discreta.



Alexandre deu a ideia de que chamássemos alguém como convidado no nosso show, uma pequena participação. Convidamos Vladimir, do Malefactor , e fizemos uma imagem de divulgação:

Próximo ao evento, fomos convidados a gravar uma chamada para o programa Mosaico, da Rede Bahia, afiliada da Rede Globo. No dia marcado havia um problema: Eric, que estava trabalhando naquele momento, não poderia participar. Para não perdermos a chance, falamos com Valter Filho. Iríamos tocar alguma música simples e direta para facilitar e a escolhida foi "Operation: Exterminate!".





A gravação aconteceu no Dubliners Irish Pub, no dia 26 de novembro, três dias antes do show.

Embora tensões permanecessem no ar devido ao acontecido, não houve mais incidentes, antes, durante e após o evento, que correu tranquilamente, e a participação de Lord Vlad em "Hell of the Living Dead".

Vídeo de "The Dark Cult" live at Dubliners Irish Pub 2015

 

Vídeo com trecho de "Pay to Enter, Pray to Exit" live at Dubliners Irish Pub 2015

 






















quarta-feira, 14 de abril de 2021

O SHOW DE LANÇAMENTO DO CD "TALES OF THE DARK CULT" (2015)


2015 parecia um ano onde a banda teria muito a fazer. Após a apresentação no I Bahia Metal Festival, os membros da banda estavam bem animados com as perspectivas que se apresentavam, ainda mais com o lançamento do primeiro CD full lenght. Como houve atrasos devido à problemas na gravação, a data de lançamento, originalmente pensada para o segundo semestre de 2014, foi modificada para o segundo semestre de 2015. Já pensando nisso, a banda começou a negociar alguns eventos fora de Salvador e da Bahia. 

O ano de 2015 começou com a reeleição da governante do país, e com isso houveram diversos cortes de orçamento na casa dos bilhões. Esses corte impactaram diretamente na vida de milhares de trabalhadores da saúde e educação. Henrique trabalhava na área da saúde, com atendimento psicológico, através de uma campanha governamental, e Val dava aula em uma faculdade particular de Salvador, no Pronatec, como professor de História da Arte em um curso de Design de Interiores. Henrique não estava vendo perspectiva de futuro no seu emprego, ganhava pouco e não tinha direito trabalhista e com vinculo empregatício precário e saiu do trabalho. Já Val perdeu o emprego devido ao governo, não apenas cortar verbas, mas também não repassava financeiramente recursos para as faculdades desde setembro do ano anterior, e devido a tudo isso, alguns planos tiveram que ser abortados devido as dificuldades financeiras que se apresentaram e iminente falta de perspectivas para ambos. Como não só Henrique trabalhava nesse sistema governamental, o impacto sobre ele e sua família em Salvador foi maior. A solução para ele foi voltar para Jequié. Com a dificuldade de arrumar trabalho na área, passou a se dedicar os estudos visando concurso público. Val passou todo o restante de 2015 sem emprego, só voltando a lecionar em 2016. 

O ano também foi ruim para o lado econômico, com o dólar saindo de R$ 2,68 e indo a R$ 3,98, e em 2016 chegou aos 4,06, nada se comparando ao absurdo dos tempos atuais, mas gerou um certo impacto. Com isso uma minitour programada para o segundo semestre de divulgação do CD, que iria compreender algumas capitais do Nordeste, com o agendamento feito por Marcelo "Bola", o mesmo produtor do Trombada Underground (onde tocamos em 2010). A principio iríamos tocar 3 dias seguidos em um final de semana seguindo a sequencia: Natal (RN), João Pessoa (PB) e Recife (PE).

Sem muitas opções, a banda acabou reduzindo a quantidade de shows, ficando o primeiro semestre de 2015 focando em uma pré-divulgação do CD. Val concedeu um depoimento  explicando o conceito das letras, que foi reproduzido em alguns sites. Daniel tinha dado um depoimento ainda em dezembro. Em julho, a Shinigami Records abriu a pré-venda do Cd, com lançamento previsto para 11 de agosto. Com a data em mente, a banda procurou agendar uma data no Dubliners Irish Pub para um show de lançamento. A data escolhida foi 19 de setembro, e inicialmente contaria com a abertura da Blessed in Fire e Acanon. Mais tarde a banda Portal se uniria ao evento sendo a banda que iria abrir o evento.


Video de divulgação do show de lançamento do "Tales of the Dark Cult"


O evento contou com pré-venda de ingressos, que eram vendidos pela própria banda, mas também eram encontrados na antiga loja Isla Rockwear. Com a proximidade do lançamento, a banda intensificou a divulgação do evento, enquanto a gravadora divulgava o CD.

 

Propaganda do "Tales of the Dark Cult" na edição de agosto da revista Roadie Crew (#199)

No mês de agosto começaram a surgir na mídia especializada as primeiras criticas do "Tales of the Dark Cult", e todas positivas com notas variando entre 8,0 e 10,0. 

Algumas resenhas foram reproduzidas e/ou escaneadas e postadas aqui no site:

Metal na Lata - 8,5: "Eles conseguem unir o melhor dos estilos (Thrash com Death) não se repetindo por todas as onze faixas, dando ao ouvinte aquilo que todos procuram: diversidade cativante.
Produção impecável com músicos de primeira não poderia dar errado, certo?"

Metal Samsara - 8,5: "... "Tales of the Dark Cult" é um belo disco, daqueles que você ouve várias vezes, e pune aquele vizinho chato seu que ou te tortura com churrascos com música alta nos fins de semana, ou aquele pentelho fundamentalista cristão que te massacra com música gospel."

Arte Metal - 8,5: "Melhor que a encomenda (sem ser pejorativo com os lançamentos anteriores), “Tales of the Dark Cult” é um debut que saiu na hora certa e honra o nome do Metal baiano!

Heavy and Hell: - "O som é maciço, pesado e agressivo, com partes estridentes e cheias de feeling. Os riffs são diretos e intrincados, assim como a cozinha que se mantem veloz e técnica, já os vocais são urrados até os ossos, fazendo as caixas de som tremerem."

Brasil Metal História: - "O instrumental do grupo é calcado no Thrash Metal, principalmente os riffs do guitarrista Henrique Coqueiro, enquanto que o vocal gutural de Val traz a força do Death Metal. No geral, há músicas curtas e diretas e outras bastante extensas (mas não cansativas) e intrínsecas, com passagens velozes e técnicas."

Rebel Rock: - "O RATTLE mostra em debut que sabe dosar corretamente suas influências que vão do thrash ao death metal. E que não se restringe somente á elas, pois podemos perceber ecos de metal tradicional em sua sonoridade. Um álbum de estréia que dá indícios de grande futuro."

Metal Militia: - "Um petardo que sugiro para aquele fã que curte um som extremo, técnico e direto e que ainda é chegado em histórias de terror das boas."

Roadie Crew #201 - 8,0: - "O que é feito nesse debut não é apenas sumarizado na pegada agressiva e poderosa de seu Death Thrash Metal, mas também uma injeção de feeling em sons que têm como pano de fundo os contos de horror e a ficção científica. Durante as onze faixas você sentirá a fúria berrada por um gutural cavernoso e excelente dinâmica de músicas evidenciadas por riffs afiados e eficientes."

Hell Divine - 8,5: "...dá pra notar que os caras colocaram sangue e suor nessas composições e a honestidade transparece em cada segundo tocado. O climão criado nas músicas cativa logo na primeira audição, aquela pegada oitentista, quase uma trilha sonora de filmes de terror da época, muito legal! Uma bela aposta da Shinigami e uma grata surpresa no nosso cenário nacional! Definitivamente vale sua audição e aquisição!"

Rock on Stage - 10,0: "...após ouvir o álbum posso acrescentar seguramente: vontade, garra, habilidade e capacidade em elaborar um dos melhores discos de Thrash/Death Metal que tive a oportunidade de ouvir em 2015, que faço votos para que você o conheça o quanto antes, que fatalmente você curtirá logo em sua primeira audição."

Reidjou - 9,0: "Estréia consistente e que merece uma atenção especial de todo headbanger, principalmente os entusiastas do necro underground brasileiro. Taí uma banda que merece todo o apoio e incentivo, pois realmente respiram o nosso submundo com orgulho e perseverança."

O site Roadie Metal publicou 3 resenhas:

8,0"O álbum de estreia do quarteto de Salvador mais do que superou as expectativas depositadas sobre uma banda que está começando. Fizeram um excelente e coeso trabalho que faz toda questão de ser brutal, como exige a face Death do conjunto."

8,5 - " As 11 composições contidas neste álbum totalizam 56 minutos de carnificina sonora e sonoridade crua, o que não impediu a banda de inserir arranjos mais elaborados e momentos com timbragens limpas, enriquecendo a salada musical e a atmosfera das composições."

9,0"... os caras fazem sim um som pra não deixar pescoço nenhum parado. O trampo produzido aqui é de primeira, uma mescla Death/Thrash com o pé na década de 1980 pra ninguém botar defeito. “Tales of the Dark Cult” é o nome do primeiro trabalho da banda. O quarteto não economiza em técnica, versatilidade e agressividade."

Revista Comando Rock #112- 8,0: A publicação, com circulação na região sudeste, destacou faixas como "Pay to Enter, Pray to Exit" (... "possui um clima mais divertido, porém mantendo a agressividade e a velocidade"...), "Hell of the Living Dead" (..."com uma pegada old school que a torna indispensável em qualquer show"...) e "The Dark Cult" (..."com mais de 8 minutos e que fecha o álbum com chave de ouro"...). O review também destacou a arte gráfica, e todo o conceito e as referências à filmes, quadrinhos e literatura fantástica abordada nas letra e temática visual.

O Cd ainda ficou entre os melhores de 2015 no site Rock on Stage.

As resenhas foram saindo, e a data do show se aproximou. Na semana do show, a banda foi destaque no jornal baiano Atarde.

 


No dia do evento, a banda chegou cedo, para abrir a casa, preparou e montou equipamentos. Val, como sempre, na portaria, cobrando os ingressos, e as vezes entrando para auxiliar no que fosse necessário. O público compareceu em peso, embora fosse chegando aos poucos. Sobre o show, reproduzimos abaixo o texto do antigo site Soterock, que cobriu o evento:

Este último sábado foi dia do lançamento oficial do disco de estréia da RATTLE, "Tales of the Dark Cult", e o Portal Soterorock foi conferir o que aconteceu na festa, que ainda contou com as bandas Acanon e Portal. Ocorrida em um bom horário, uma matinê, o evento atraiu bastante gente para o Dubliners Irish Pub e rendeu performances interessantes para quem estava presente.

Primeira a subir no palco e apresentando nova formação, a Acanon tocou desfalcada do seu baixista, mas nesse caso menos foi mais. Quando o grupo começou o show eu estava afastado do palco e com várias pessoas na minha frente e não percebi que a banda tocava só com a dupla de vocais, o baterista e o guitarrista.

O som estava impressionantemente pesadíssimo e muito bem tocado, a guitarra e a bateria tomaram bem o espaço sonoro do lugar, ganhando volume sem piedade. Antes deles anunciarem que estavam sem o baixista achei ser interessante essa formação diante do peso sonoro que os quatro estavam fazendo. Imagine como seria com o time completo! Abriram bem a festa.

Depois entrou a Portal, que curiosamente também estava sem a presença do seu baixista. O inicio da apresentação sinalizava que este não seria um show tão bom, ou empolgante, mas mesmo assim não deixou de ter o seu valor. Ao contrário da banda anterior, a Portal não tinha um som volumoso e acabou sofrendo com isso em alguns momentos quando entrava um solo de guitarra e se percebia a necessidade de mais um instrumento para preencher a musica, que ficava nitidamente vazia. Mas mesmo assim eles seguiram, o esforço dos integrantes foi louvável e arrancaram alguns tímidos aplausos.

Encerrando o evento, a RATTLE fez o show do seu mais recente trabalho, que estava há muito tempo aguardado por fãs. Levando mais tempo para ficar pronto por conta da troca de integrante da banda, o Tales of the Dark Cult foi muito bem recebido e festejado, ganhando uma boa receptividade ao vivo dos admiradores e tendo um empenho exemplar dos seus autores. Isso proporcionou uma performance mais calorosa e mais agitada da banda, que dialogou bem com o público. Bem fiel às versões do estúdio, o conjunto iniciou os trabalhos com a intro de Zé do Caixão e se destacou em faixas como Whispers, Hell of the Living Dead e Call of Duty, um problema técnico no microfone foi logo resolvido e as rodas de pogo finalmente se fizeram presentes no local.

Foi um bom encerramento de evento e uma bom lançamento de uma obra feita com um bom nível de qualidade e que teve uma boa atenção de quem foi prestigiar o grupo. O tempo de aguardo aumentou as expectativas sobre o lançamento disco, mas isso nem de longe foi um problema. A banda afinada e bem entrosada atendeu ao que cada um ansiava ali, colocando um final à longa espera.


Fotos: Andreza Almen, Elsimar Oliveira, Mario Batista e Wilson Jr.