Como falamos anteriormente, a banda se concentrou em finalizar as músicas novas, compor mais alguma coisa já que soubemos que fomos a banda vencedora do concurso feito pela Shinigami Records (saiba mais clicando aqui e leia uma entrevista com Henrique sobre nossa campanha). O foco era terminar as músicas, procurar um estúdio para gravar, fazer uma pré-produção, gravar guias e, principalmente, juntar dinheiro, já que não tínhamos dinheiro (coisa que ainda não temos! hahaha).
Nesse meio tempo resolvemos que já era hora de termos nosso backdrop, após anos tocando em eventos, e muitas vezes sem nada que desse destaque a banda, ou ate mesmo com o pano de fundo de outras bandas atrás, e saindo em fotos. Val resolveu comprar o material, e a ideia era um pano de fundo com diversas alças para possibilitar diversas maneiras de pendurar, além de alças inferiores, para prender em algo, caso o show fosse em lugar aberto e tivesse um vento forte, assim o pano não iria ficar balançando ao vento, podendo ter um preso atado a ele. Além disso possibilitava dobrar e esconder o logo, para que não aparecesse nos shows de bandas que tocassem antes. O pano foi pintado por Val e Wilson Jr, também artista plástico.
No estacionamento do Palco do Rock (2013)
Os membros novos queriam se inscrever para a edição 2013 do Festival Palco do Rock. Após os eventos da primeira apresentação, em 2011, Henrique e Val ainda estavam receosos, mas resolveram tentar mais uma vez. Mais uma vez participamos do processo seletivo, que continuava o mesmo. Antigamente, nas primeiras edições, as bandas eram selecionadas por um júri, se tocando ao vivo, apresentando ao mesmo tempo uma performance, e ainda eram avaliados o material gráfico além de toda a parte audiovisual, e o histórico da banda, etc. Bandas com tempo de formação, material oficial, clipping mostrando sua relevância na imprensa e mídia especializada eram consideradas "notórias", e eram convidadas a se apresentar, e não eram avaliadas como banda amadora/novata. Se fosse ainda dessa forma, provavelmente não teríamos que fazer a inscrição da mesma forma. Já tínhamos dois materiais oficiais, lançados por selos/gravadoras diferentes, tínhamos tocado em diversos eventos, saído em revistas, sites e zines nacionais e estrangeiros. A curadoria atual gosta de ser bajulada, e muitas vezes dá destaque aos amigos, muitos que não tem nenhuma relevância no cenário musical. Quem participou das reuniões e foi na curadoria observar o julgamento das bandas foi Daniel.
Mais uma vez apresentamos um material de qualidade, um livreto contendo release com todos os clippings (resenhas, entrevistas, notas na imprensa, etc), dois DVDs, com apresentações no Wacken Metal Battle, Palco do Rock 2011, além de outros shows relevantes, e como material de áudio, o split "Pain is Inevitable" e a coletânea "Hellstouch". Mais uma vez fomos aprovados, o que realmente, desta vez, foi uma surpresa. O que realmente foi uma surpresa era que desta vez não iríamos encerrar o dia. O metal sempre abria ou encerrava. Ou tocava pra areia ou tocava pra quase ninguém, a menos que fosse do "inner circle" da produção, ou fosse alguém banda que eles gostassem mesmo, ou quisessem agradar.
Nesse espaço de tempo, entre a divulgação dos selecionados e evento em si, achamos o estúdio e o produtor para gravar nosso próximo material, mas isso fica para a próxima postagem.
Com material para vender neste ano, e para não pagar 30% ao stand da produção, resolvemos fazer uma banquinha no estacionamento do evento, onde comercializamos camisas, cópias do "Pain is Inevitable" e da "Hellstouch". O dinheiro serviria para, possivelmente cobrir custos da gravação. O que mais foi vendido foram as camisas com uma variação da arte do Split-Cd, com a malha nas cores pretas e vermelhas e feitas para venda exclusivamente no evento.
Vendíamos a camisa sozinha, ou combo camisa + CD, e camisa + CD +Ingresso (íamos realizar o UNITED FORCES 5 no mês seguinte).
Nosso "stand"
Enfim chegou o dia do show, e diferente de 2011, tivemos acesso ao camarim e pudermos nos arrumar e montar o equipamento antecipadamente. Mas desta vez, todos da produção sumiram. A área do camarim estava sem ninguém para nos dar alguma assistência. Tinha um resto de um pacote com esfihas frias e só. O foco era tocar, não comer, então nem levamos isso em conta. Comida sempre ficava para o pós show. No momento em que a banda afinava os instrumentos, Val sai para ver o restante da apresentação da Norfist, que tocou no evento anos seguidos e nunca recebeu um centavo (leia mais sobre isso no Reidjou). Em um momento, perto do final, o vocalista agradeceu ao público e acabou falando nos agradecimentos o nome de um ex-membro da ACCR, o que fez a presidente aparecer e subir as escadas como um foguete desgovernado, e lá no palco de um esporro furioso no vocalista além de o ameaçar. Uma cena assustadora e vergonhosa.
Após os caras da Norfist saírem do palco, foi nossa vez de subir. Enquanto nos arrumávamos, fomos avisados de que não podíamos usar nosso pano de fundo. Aceitamos tranquilamente. A banda foi apresentada ao público de uma forma fria e burocrática. Após isso, praticamente ficamos sozinhos no palco. Único apoio era um cara da sonorização do evento que estava ali, um roadie nosso, e na mesa contamos novamente com a ajuda de Sidinei Falcão.
Mais uma vez, quem estava na mesa exagerava nos graves, não havia definição sonora. Por conta disso, convidamos novamente Sidinei Falção, guitarrista da Blessed in Fire, e produtor de nosso Ep. O dinheiro arrecadado nas nossas vendas acabou indo para pagar ele.
Outro problema aconteceu durante o show: o pedal duplo de Luciano soltou a correia. O roadie, Bruno (irmão de Henrique) ficou parte de uma música segurando o pedal. Fora isso, o show foi intenso, e tocamos muito, muito rápido, como pode ser visto no vídeo acima. Acabando nossa apresentação no evento, agradecemos o público, pedimos para que ficassem para a apresentação da Natural Hate, e fomos ao camarim comer alguma coisa, e saímos para ver os Caetiteense tocarem. Depois do evento começaria outro problema.
Após o evento, era a vez de providenciarmos as informações para receber o dinheiro destinado às bandas. Como era a segunda vez, com dois cds nas lojas, tempo de estrada se acumulando, esperávamos receber o mesmo de 2011 ou até mesmo um pouco mais, já que algumas bandas recebiam até 3 mil reais. O tempo foi passando e não tivemos notícias de nada. Entramos em contato algumas vezes até que nos responderam. Não íamos receber pois não tínhamos enviado o email com os dados pedidos pela produção!
O problema é que enviamos o email com tudo, mas de alguma forma eles não viram, ou simplesmente ignoraram. Val entrou em contato com a direção e teve várias conversas tentando resolver a situação, sendo que as conversas começaram no dia 09/04/13. O problema da ACCR era uma desorganização que acontecia por conta do membro que saiu (o que foi mencionado pela Norfist). Eles não estavam cuidando da parte burocrática corretamente, mandando emails errados e fora de época para as bandas, e nisso fomos prejudicados, pois eles enviaram um email que não recebemos e por conta disso perdemos o prazo louco deles.
O tempo passou e no dia 30/04/13 fomos perguntar novamente e eles falaram que estávamos fora do pagamento. Eles já tinham enviado à prefeitura uma lista com o nome das bandas que iriam receber (incrível que não perceberam que não tinha nosso nome!). No dia 08/05/13 houve uma tentativa de conversa, mas só no dia 26/06/13, após várias mensagens ignoradas que fomos atendidos. E de forma grosseira nos avisaram que não íamos receber por conta de documentação atrasada, mas provavelmente eles ignoraram nossos emails. Tentando remediar a situação, pedimos a informação de quem cuidava disso na prefeitura, onde iríamos tentar resolver. Nesse momento a conversa mudou: fomos chamados de perigosos, que eles é que cuidavam disso, que por nossa causa o evento podia ser cancelado, que nos enviaram milhares de mensagens, que a prefeitura iria chamar a organização e que eles iam se defender, entre outras frases onde atacava e se defendia. Então procurou um advogado que, nas palavras dele, podia deixar Val ir a prefeitura, e depois de expor que a banda atrasou a documentação, iria entrar com uma ação contra ele, ou para dar uma espécie de "cala-boca", iriam tirar do próprio bolso determinada quantia e pagar a banda, pois a banda e o "cidadão eram extremamente perigosos ao evento" e que ele estava tentando dar "um jeitinho", já que acabamos atrasando o envio, mas em momento algum a produção mandou email para a banda ou entrou em contato para nos alertar de alguma coisa.
A organização acabou pagando a "enorme" quantia de 300 reais, que serviria de ajuda de custo para a gravatar que iríamos fazer. Já desgastados com tudo isso, acabamos aceitando.
Anos depois, soubemos que naquele ano, a produção recebeu por volta de 200 mil reais para pagar as bandas. E teve banda que não recebeu um centavo, mas bandas amigas ganharam bastante. E que o piso para os músicos era de 3500 reais. Devido a toda essa situação, resolvemos nunca mais nos inscrever para o evento, e só tocaríamos ali se fôssemos convidados, e ainda seria com contrato assinado para garantir nossos direitos.
RATTLE e o vocalista da Norfist
A icônica Bruxa estava em nosso show!