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segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

TROMBADA UNDERGROUND - NATAL, RN (2010)

 

Dois mês após o "Scoliosis Festival 2", e em meio à pré-mixagem de nosso Ep, fomos indicados pelo Félix Santos, que foi o organizador do nosso primeiro evento, o "Centro em Chamas", para o evento TROMBADA UNDERGROUND. Foi o nosso primeiro evento fora de Salvador (e da Bahia). 

 
Encontro com a Necrobiose Escrotal no aeroporto de Salvador.


Realizado em Natal (RN), no dia 07 de agosto de 2010, foi considerado pela gente uma espécie de prova de fogo. Tocando sempre em Salvador, inevitavelmente iríamos tocar sempre para rostos conhecidos. Isso deixaria no ar uma dúvida em relação à aceitação e aprovação ao que fazíamos. Tocar fora de nosso circulo de amizades, seria nos tirar da nossa zona de conforto. 



Abraçamos o convite após discutirmos entre todos nós. Na época iria, além da Necrobiose Escrotal (banda do Félix) e RATTLE, mais uma banda de Salvador. A ideia era pegar a estrada até Natal dentro de uma van. Mas chegamos todos a um consenso de que a ajuda de custo dada pela produção daria para pegar passagens com preços promocionais (e lá fomos nós caçar preços madrugada adentro!). 

Além disso houveram outros problemas, um foi logo resolvido: Drica tinha 17 anos e precisava de um alguém responsável na viagem. O tio que sempre ia nos nossos shows acabou não podendo ir, e em seu lugar foi a mãe dela. 









O segundo problema foi que Louan não quis comprar as passagens com o restante da banda, acreditando que iria ter preços ainda mais baixos pelos quais os outros adquiriram. O resultado disso que os preços foram aumentando e até horas antes do embarque, ainda no aeroporto, ele não tinha comprado a passagem e teve que pagar um preço absurdo! 

Por outro lado, Louan entocou um sanduíche enorme no bolso e resolveu comer em pleno voo, enquanto os outros comiam um micro biscoito e refrigerante servido a bordo. O cheiro se espalhou e teve passageiro perguntando se estavam servido lanches maiores. 









Quando chegamos em Natal, fomos recepcionados pelo nosso amigo André Kokão. Val o conhecia dos tempos da Knightrider, via fotolog, myspace, orkut e msn. O cara nos levou até o local do evento. Por conta do horário do voo, não tinha condições de ir guardar nossas coisas na casa dos organizadores. Então resolvemos ficar por ali mesmo. 



Todos nós pegamos passagens de volta para o meio da tarde do dia seguinte. Louan morava na ilha de Itaparica, e tinha que estar em Salvador determinado horário para pegar a balsa de volta para casa. Então a ideia era, tocar, acordar o mais cedo possível e rodar Natal, até o horário de ir para o aeroporto. E ficamos sabendo, para desespero de Drica, que ela voltaria imediatamente após o show, já que a mãe dela pegou a passagem de volta para madrugada. Ou seja, sem farra!!

O show, de caráter beneficente, tinha em seu cast bandas de som extremo, e nos consideramos a banda mais comercial do evento. 

Cartaz original do evento.

 Ficamos por ali conversando com o Kokão e vendo o povo chegar, a montagem do equipamento e trocando ideia com gente que só conhecíamos pelo finado orkut e fotolog. o público foi chegando, e era bem eclético, desde skatistas até adeptos ao som mais extremo. Mas tudo rolava na maior tranquilidade (menos quando teve um cara lá que mexeu com uma garota e o namorado botou o outro pra correr e a turma caiu em cima do assediador).









Enfim o evento começa, e tem a abertura um cara tocando um som mais leve, e que não estava na programação, mas serviu pra chamar a atenção de quem chegava. Após mais algumas bandas, chegou a nossa vez. O povo ficou olhando e pareciam não acreditar que uma garota baixinha e magrinha estava tocando um som que mesclava Thrash e Death Metal, com elementos de Metal Tradicional. O engraçado ficou por um cara que falou que éramos um Death Progressivo, pois as músicas eram imensas (comparadas as das outras bandas, que eram mais pro lado do Death/Grind). Na hora de Whispers, que na época era um pouco maior e mais lenta, houve um que falou: "essa música não acaba não, é?". 











Algumas curiosidades: Ainda nas primeiras músicas, Louan partiu as cordas de seu baixo, o que se resolveu com um empréstimo de uma banda local. Além disso, ele encostou em uma das armações da tenda e levou um belo choque!!

No final, fomos aprovados, e ai sim, sentimos que estávamos fazendo a coisa certa,e tivemos mais confiança em nosso direcionamento musical. E curtimos muito o sucesso de nosso primeiro show fora de nossa área. Foi muito bom receber feedback de uma audiência que não nos devia nada. Foi tudo muito sincero e positivo. Uma experiência que ficou pra vida.













Encerrado o show, foi a hora de... comer muito!! E conversar com o público, fazer contatos e amizades, alguns permanecem até hoje. 










 

Após algum tempo, Drica e sua mãe pegaram um táxi para o aeroporto e nós ficamos ali com a galera, até que bateu o cansaço e fomos para o local onde iríamos dormir. Mas não havia cama!!! A solução foi inusitada: Louan fez uma cama com os alimentos arrecadados no evento, enquanto Val e Henrique dormiram numa placa de madeirite que foi achada encostada em uma parede. O problema era que, além do frio que fez a noite, Louan roncava muito alto!!

 

No dia seguinte, ou melhor, quando amanheceu, resolvemos sair pra comer alguma coisa, tentar achar alguma padaria aberta, já que o povo todo estava praticamente em estado de hibernação. Detalhe que não conhecíamos a região! Fomos prestando atenção em locais, placas e detalhes de casas e prédios como forma de nos localizarmos, a após meia hora andando achamos um mercadinho aberto, onde compramos pães, queijo e mortadela, suco, e resolvemos sentar numa praça e comer ali mesmo. Demos alguns pães a alguns sem-teto que estavam ali, e voltamos. Chegamos e o povo acordou, e fomos em direção à praia de Ponta Negra. 

 




No caminho, paramos para comprar alguns artesanatos para levar de presente  à nossos familiares. Seria uma coisa rápida, mas Louan, além de uma extensa lista de pessoas para presentear, ainda era indeciso, e levou uma eternidade para escolher (lembram do caso das passagens?). 





Então, após um longo tempo, tomamos direção à praia. A ideia era conhecer, mergulhar, tomar um banho rápido e ir pra o aeroporto, mas nada disso aconteceu... Paramos pra almoçar e vimos que não haveria tempo. Ainda bem que resolvemos levar nossas mochilas e bagagens, já prevendo que poderia haver atrasos. 




Após o almoço, andamos um pouco mais, chegamos perto da praia, tiramos algumas fotos e pegamos o carro para o aeroporto. Félix iria ficar mais tempo em Natal, e nós voltamos, com certeza de que tudo ali iria ficar marcado em nossas memórias.