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Rock on Stage: "Tales Of The Dark Cult " entre os melhores lançamentos nacionais do ano de 2015.

RATTLE citado entre os melhores lançamentos nacionais do ano de 2015!! "No lado do Thrash Metal então é quase um ultraje citar alg...

sábado, 27 de março de 2021

BASTIDORES: GRAVANDO O CD "TALES OF THE DARK CULT"

 

Após tocar no evento Festival Palco do Rock 2013 estávamos prontos para começar o processo de gravação. Desde o final de 2012 procurávamos um estúdio para gravar nosso futuro CD. A indicação do estúdio veio por intermédio de Eduardo Macedo, da MS Metal Agency. A banda baiana Malefactor havia gravado o CD "Anvil of Crom" com o produtor Marcos Franco (Marcão) e o resultado foi excelente. Pegamos o contato com ele e marcamos para conversar na nova sede do estúdio Revolusom, no bairro do Costa Azul. 

Levamos nosso split-CD "Pain is Inevitable" e a coletânea "Hellstouch" para ele ouvir o que já tinha sido feito, e o discutimos o que queríamos para o próximo material. Marcão nos mostrou alguns exemplos de gravação e a conversa foi bem legal. Ele se mostrou um cara muioto legal, sério, competente no que fazia e com boas ideias. Fechamos com ele para a gravação começar após o Palco do Rock. Daniel, Henrique resolveram gravar guias com as bases das músicas. Mostramos a Marcão, que deu algumas sugestões. Uma das faixas mais longas, originalmente teria 11 minutos, e por sugestão de Marcão, editamos e cortamos algumas partes e ela seria gravada com cerca de dois minutos a menos. 

Por conta das dificuldades financeiras da banda, íamos gravando como e quando podíamos. Marcão foi extremamente generoso e paciente com a banda, entendendo nossos problemas. No processo de arrecadar dinheiro, havia longos intervalos entre as sessões de gravação. Então reduzimos a quantidade de ensaios, a fim de economizar e investir nos pacotes de gravação no estúdio Revolusom. A Shinigami Records não nos pressionava com prazos, o que nos deixava mais tranquilos.

As gravações se iniciaram no dia 16 de agosto de 2013, com a bateria sendo registrada. Marcão, para agilizar o processo, e pensando no nosso problema financeiro, sugeriu gravar numa V-drums, com o corpo sendo registrado digitalmente e só gravando acusticamente os pratos. Luciano se recusou e foi tudo gravado microfonando toda a bateria. No momento nem lembramos dos problemas que tivemos na gravação da bateria das duas músicas da "Hellstouch", onde os bumbos tiveram que ser refeitos. O fato de Luciano querer gravar tudo da forma tradicional nos custou muito caro, financeiramente falando, fora as dores de cabeça posteriores e o tempo para corrigir o que ele fez. No primeiro dia de gravação, pagamos a Marcão o valor referente ao primeiro pacote de horas. O valor foi dividido igualmente pelos quatro. No dia da gravação, Val encontrou com Luciano caminhando em direção ao estúdio. Luciano estava com 1/3 do valor que ele deveria colaborar. Val resolveu emprestar a ele, com a condição de que ele pagaria de volta a ele, ou cobriria o valor no próximo pacote. Luciano nunca o pagou de volta e nem investiu qualquer outro centavo após este dia.




Por conta de erros e contratempos, Luciano praticamente consumiu todas as horas de gravação no primeiro e parte do segundo pacote de horas pagos pelo restante da banda. Muitos problemas aconteceram durante a gravação. Ele não queria tocar com os fones de ouvido, seguindo as guias gravadas por Henrique e Daniel. Ele tirou o fone do ouvido, pediu a Marcão para aumentar o som das guias, e com o fone no pescoço foi gravando da forma que queria. O som das guias, alta nos fones, vazou e saiu na gravação. Marcão teve um grande problema para limpar o som do vazamento posteriormente. Horas e dinheiro perdido. As gravações da bateria acabaram no dia 09 de agosto, uma semana antes de tocarmos no Caetité Metal Open Air. Até então ele não demonstrava um comportamento que realmente afetasse ou incomodasse a banda. Parte do valor pago do segundo pacote foi do irrisório valor que oriundo do "pagamento" do Palco do Rock. Tínhamos que nos virar pra conseguir o restante.

Com dinheiro arrecadado novamente, era a vez de Daniel, que pegou as poucas horas restantes do pacote anterior e gravou todas as suas partes em apenas duas tardes (25/09 e 04/10/2013). A gravação, ocorreu de forma tranquila, rápida e sem nenhum estresse. 

Vídeo mostrando trechos da gravação do baixo e da bateria.

Além do problema do vazamento de áudio das guias no gravação, fazendo com que Marcão tivesse que limpar e editar pra tirar o ruído, um outro problema foi constatado. As parte de Luciano não casavam com o que o restante da banda estava gravando. Muita coisa fora do tempo, fora a edição maluca que ele fez, indo ao estúdio sem o conhecimento do restante da banda, mas que foi pago por todos os outros. O mesmo problema da gravação anterior: Luciano não conseguia tocar direito os bumbos, não tocava com força. Ou a força estava nos braços, ou na perna, muita parte fora do tempo e erros durante a execução. Coisa que passava despercebido tocando em ensaio ou ao vivo. Mas bem nítido na gravação. Ciente disso, ele foi no estúdio e fez Marcão retocar tudo, colocando em faixas como "Embodiment of Evil" bumbos ultravelozes e quase inumanas. Tudo soando irreal e artificial. E o restante da banda pagou pelos caprichos dele. Felizmente Marcão nos alertou e fomos ao estúdio impedir que ele maquiasse o restante das faixas, mas Marcão teve que refazer praticamente todos os bumbos pois faltava força na gravação de Luciano. E lá se foi mais dinheiro...

Vídeo mostrando trechos da gravação das guitarras base.

As gravações das guitarras começaram no dia 26/10/2013. Henrique registrou em dois dias parte das bases do disco. Como estávamos bem ensaiados, o restante da banda não teve grandes problemas na gravação. Tudo correu bem, e as guitarras foram gravadas sem pressa, de forma bem atenciosa, com boas dicas de Marcão. As gravações das guitarras duraram até 19/12/2013. Nessa época, já eram gritantes os problemas da gravação feita por Luciano. Passagens da bateria não casavam com as guitarras e baixo, parte fora do tempo e outras partes tocada de forma que o restante parecia estar sendo gravado de forma totalmente errada.

    Vídeo mostrando trechos da gravação das guitarras solo.

Parte do dinheiro, além de sair de nossos bolsos, veio da ajuda de familiares e até de empréstimo bancário. Foi aos trancos e barrancos que íamos gravando, e ouvindo atentamente as sugestões de Marcão. Os papos eram muito bons, rolando sempre muitas piadas e conversas descontraídas. Assim como Val, Marcão era nerd e curtia cinema, ficção científica, horror e quadrinhos. A banda inteira se deu bem com ele. E ele nos alertou dos problemas com relação a mixagem com as parte de Luciano que pareciam à parte do restante. 

2014 começou com os mesmos problemas, conseguir dinheiro para a gravação. Ensaios reduzidos e não fazendo shows. Os vocais começaram a ser gravados em 15/02/2014. Todas as parte solos e backings foram encerrados no dia 22/02/2014. Antes mesmo da gravação acontecer, por sugestão da gravadora, a banda pensou em convidados especiais em algumas faixas. O primeiro pensamento de Val foi convidar Edmar Oliveira, ex-Blessed in Fire, atual The Crypt, mas por conta das datas ele não pode participar. Depois o convite foi feito a Vlad (Malefactor), Anton Naberius (Eternal Sacrifice) e Julio Cesar, o Nikkury (ex-Metropolis, The Endless Fall, atual Evollution). As gravações dos convidados ocorreu no dia 08/03/2014. Eles gravaram nas faixas "The Dark Cult" (Vlad), "Call of Duty" e "Operation: Exterminate!" (Anton Naberius) e "Hell of the Living Dead" (Julio Cesar). Ainda neste dia, Anton Naberius, Julio Cesar, Marcão, Val e Daniel gravaram coros para "Semper Fi, "The End" e "Pay to Enter, Pray to Exit".

Vídeo mostrando trechos da gravação dos vocais.

Encerrada as gravações, a banda tinha ainda que conseguir mais dinheiro, afinal tinha ainda a mixagem e masterização. Marcão procurou fazer uma pré-mixagem para ver como iria soar a gravação com todos os elementos e ver se não iria precisar de mais alguma gravação extra. Ainda tinha os samplers e introduções a serem mixados, já que as faixas tem alusões a filmes, livros e quadrinhos, e esses samplers dariam um toque especial às faixas. Uma faixa instrumental foi composta por Daniel, e teve a orquestração feita por Tharcísio Vaz, que tinha tocado com Val na Knightrider. A composição de Daniel precisava de pianos, violinos e violoncelo e Tharcísio fez os arranjos, e o solo de violino foi executado por Vitor Morais. A música,, intitulada por Daniel como "Insônia", teve o nome alterado por Val para "Insomnia (The Sleep of Reason Produces Monsters", uma alusão à gravura do pintor Goya.

No final de 2013, Val decidiu o nome do disco. O CD se chamaria "Tales of the Dark Cult", com referencia à faixa mais longa: "The Dark Cult", uma homenagem ao horror cósmico, Lovecraft, Necronomicon e os Antigos dos mitos de Cthuhlu. Com várias ideias, ele criou o que seria uma figura que estaria na capa, e em imagens dentro do encarte, um monge com uma mascara (ou a própria face) de caveira, com um ouroboros no pescoço. O monge seria o líder/sacerdote do Culto das Trevas (The Dark Cult), e o ouroboros, seu símbolo, o mesmo que está no logo da banda. Após vários esboços, ele começou a pintar em acrílico a capa em novembro, enquanto as guitarras estava sendo gravadas e ia soltando nas redes sociais da banda pedaços do que viria a ser a capa. A capa em sua integra foi revelada em um press release da Shinigami Records em julho de 2014 e o tracklist foi divulgado em 21 de outubro de 2014. 






Ainda tinha um problema no meio disso tudo: Luciano não colaborou financeiramente com a banda nas gravações, e reclamou da participação de pessoas no CD. Alegou que elas iriam se beneficiar e ganhar fama as custas da gente. Uma prova de que ele era alheio a tudo, já que Eternal Sacrifice e Malefactor já eram bandas estabelecidas no cenário nacional e internacional. 

Uma semana após a gravação principal das vozes encerrar, no dia 27 de fevereiro, Val conversava num chat com o baixista da Canelada HC, Paulo Reis e ele jogou uma conversa uma revelação: assistindo um vídeo ao vivo da banda em sua casa, chegou um amigo guitarrista que quando olhou o vídeo exclamou: "esse ai é o Lulu Batera!". Nisso Paulo mostrou outros vídeo e fotos e o cara confirmou que tocou com ele numa banda de forró chamada Flor de Açai. Que ele tocou na banda, se apresentou em programas, gravou DVD e até ganhou equipamento! Eis o por que ele escondia o rosto nas fotos e gravações. Não queria ser reconhecido. E se ele ganhou equipamento, o que ele fez com ele? Pois praticamente só tinha o pedal e o restante, estantes e pratos, as vezes caixa da bateria pegava emprestado com Eric Dias. Imediatamente Val descobriu o orkut da banda, com muitas fotos dele sorrindo ao lado da banda e público, roupas brancas ou coloridas, tudo bem diferente de como ele se apresentava para a banda. Sempre disse que tocou Rock e Metal, e no máximo fez umas gravações de Pop. Baixando os vídeos, fotos e demais textos sobre a banda, Val montou um dossiê.







Com os problemas com Luciano se acumulando e se agravando, após ouvir a desastrosa primeira mixagem do CD, e após a situação na época do show em Conceição de Coité, a vontade na banda era de tira-lo da banda. A pessoa para substitui-lo era Eric Dias, que sempre foi um cara legal, e acompanhava a banda em ensaios, shows e até durante gravações, sabia tocar algumas músicas (fato comprovado quando Luciano faltou um ensaio sem motivos e não avisou a banda, Eric presente no estudio tocou algumas músicas com a banda  e viram nele uma excelente escolha caso precisássem de outro baterista). Antes do show em coité, no dia 12 de abril, a banda confrontou ele, sobre o comportamento e os problemas de gravação. Perguntado sobre a Flor de Açai, ele negou conhecer, então Val abriu um notebook e mostrou fotos e vídeos. Luciano gaguejou e ficou abatido. No ensaio antes do show de Coité, ele chegou sem falar com ninguem alegando que estava rouco, mas horas antes ele tinha passado na casa de Eric para pegar pratos emprestado e estava falando normal. Após a reunião do dia 12/04 ele falou que iria sair da banda após o lançamento do CD e que no máximo faria uma tour de lançamento. Mas o clima já não era dos melhores. Val, mais cabeça quente, e Daniel não tinham mais a mínima vontade de tocar com Luciano, Henrique tentava mediar, pois sempre pensava mais, ponderava, mas viu que estava sendo impraticável. 

Ainda sem pensava em corrigir o que estava errado na gravação. Foi falando de sessão de fotos para o CD. Arrumou-se uma fotógrafa profissional e marcou-se o dia. Luciano disse que não iria tirar foto. Ele não deu notícias. E Henrique no dia teve um contratempo. Apenas Val e Daniel compareceram para a sessão que acabou cancelada. Luciano criou até um perfil fake de um advogado no facebook, onde veio notificar a banda sobre o uso da imagem dele por parte de empresas (que nem sabem quem ele é, isso foi checado...), além de outros absurdos de que era remunerado pelas empresas que usavam a imagem dele junto as marcas das mesma!
Devido a tudo que aconteceu, em junho ele estava oficialmente fora. A banda já tinha sondado Eric Dias, que se mostrou interessado. 




Ao ouvir a pré-mixagem do CD, a banda achou um desastre. A bateria estava estranha. O desânimo era geral. A solução foi inusitada: Eric teria que regravar tudo, tocando em uma v-drums, o que iria facilitar captação e mixagem. Iria levar uma cópia da pré-mix, só com baixo e guitarras, além de outra com a bateria para referência, praticar em casa, decorar as partes, voltar ao estúdio e gravar tudo! O dinheiro que a banda tinha daria pra ele fazer a gravação em duas tardes, e o restante era pra mixagem e masterização. Eric levou os áudios para casa, ouviu atentamente e praticou bastante. Na gravação que ele iria fazer não podia haver erros e nem atrasos. Ele gravou em duas tardes, tocou muito bem, seguindo o que já havia sido registrado com base nas guitarras e no baixo, colocou a sua marca, sendo bem preciso na execução e, enfim, tudo soou como deveria ser, muito melhor! 

Eric se mostrou uma excelente adesão à banda. Criativo, bem humorado, tocava de forma precisa, técnica e com bastante peso, sempre pensando no que podia melhorar.

RATTLE practising a cover song and "Semper Fi".

 

Com o material sendo mixado por Marcão, finalmente houve um suspiro de alívio pela banda. Fazendo as contas, a gravação do CD saiu muito mais caro do que deveria por conta dos erros, ego e teimosia de Luciano. Em momento nenhum ele se preocupou com a parte financeira dos outros membros da banda, e com os problemas que ele causou na gravação. Fez da forma que achou melhor, sem dar ouvidos ao produtor e os outros pagaram caro e perderam tempo. 


Vídeo com um Studio report

 

Com um novo baterista, o futuro CD "Tales of the Dark Cult" sendo mixado, e com divulgação sendo feita pela Shinigami, a banda pode finalmente suspirar aliviada, tendo voltado aos ensaios para entrosar o novo membro, e com um show em vista para o mês de setembro de 2014.

Por conta dos atrasos e todos os problemas que aconteceram, o CD que iria sair primeiro semestre de 2015 foi reprogramado para o segundo semestre.










 

VII ROCK´N´METAL (2014)

 

O ano começou com a banda no estúdio, ainda no processo de gravação do novo CD. Como tínhamos acertado reduzir ensaios para poupar dinheiro, fizemos poucos shows, só aceitando os mais interessantes. Mas show no interior sempre era importante, e desta vez o convite partiu pelos organizadores do Rock'n'Metal, realizado na cidade Conceição do Coité. A região sisaleira da Bahia era um local que desejávamos tocar, pois existe um público muito bom nas cidades de Serrinha, Valente e a própria Coité.

Só teve um porém nisso tudo: no dia 15 de maio, policiais e bombeiros militares decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Mas após uma assembléia realizada no dia 17, resolveram voltar a ativa. Mas o clima permaneceu tenso e cheio de incertezas.

Falando em incertezas, a banda já demonstrava insatisfações com Luciano, devido ao comportamento que vinha se apresentando, desde atrasos ou não participação em ensaios, a tentativa de manipular a gravação do CD, indo ao estúdio e fazendo o produtor alterar coisas sem nosso consentimento e conhecimento, e pior, não contribuindo financeiramente. Para esse show de Coité, já tínhamos conversado com Eric Dias, para ele ficar a postos no caso de substituir Luciano. Algumas pessoas até nos falaram que Eric deveria ter gravado as faixas da coletânea e entrado na banda. 

Quando surgiu o convite do show, a banda ficou animada, mas Luciano foi contra falando que o show seria uma merda e que não deveríamos tocar, que os produtores eram amadores. Sempre demos valor a nos apresentar, seja em shows pequenos ou maiores, contanto que haja condições para um bom evento, som razoável e que haja uma boa possibilidade de negociação, pois nunca é bom pagar para tocar.



Os produtores nos mostraram fotos das edições anteriores, quem tocou, e iam nos dar o transporte e acomodações. Era o suficiente. Luciano achou que não, e sempre que podia, mostrava sua insatisfação em tocar no evento, e quando houve o anuncio da greve, a coisa ficou pior! A produção deixou claro que poderia ser adiado o evento, mas a greve logo acabou. Mesmo assim Luciano foi contra. 

Evento confirmado, o ponto de encontro para que a van viesse nos pegar (as outras bandas de Salvador tinham condução própria)  era em frente ao shopping da fé, uma igreja universal enorme na região do Iguatemi. O tempo foi passando e nada do carro chegar. O pessoal da produção nos ligou avisando que o carro teve uma pane mecânica e a solução era que comprássemos as passagens e ao chegar eles iriam nos ressarcir. Por conta disso Luciano logo começou as reclamações, dizendo que devíamos desistir. Todos os outros foram a favor de comprar as passagens, e ele foi voto vencido. 



Passagens compradas, a banda e a namorada de Val na época, pegaram o ônibus rumo à Conceição do Coité, chegando na cidade no inicio da noite. Parte da produção os recebeu e os levou até uma pousada. A banda ficou num quarto coletivo, Val pagou um quarto separado já que estava com a namorada. Após se alojarem, tomarem banho e se arrumarem, um carro os levou até o Clube Castro Alvez, onde se realizava o evento.

Assistindo a apresentação das bandas Lo Han e Erasy, observaram que o público era bem heterogêneo, eclético. Enfim, chegou a hora de subir ao palco, Val colocou o pano de fundo com ajuda de um integrante da produção enquanto os outros se arrumavam. Luciano reclamou do corpo da bateria, pois um dos tons parecia meio solto. Tudo pronto, a banda fez o seu set fazendo o público bater cabeça, pular e abrir rodas. Ao final, se misturaram ao público, tirando fotos com alguns headbangers, vendendo alguns CDs e vendo a última banda se apresentar. Após o evento encerrar, ficaram conversando com a produção e alguns bangers locais antes de irem para o hotel.



O dia já estava claro, e Val e a namorada desceram para comer alguma coisa após os produtores ligarem dizendo que iriam levar comida para a banda. Val ligou para Henrique, que acordou Daniel e foi até a porta do quarto deles, onde Luciano, com um humor terrível pediu para calarem a boca e saírem do quarto. Todos desceram e encontraram duas pessoas da produção que trouxeram uma enorme tupperware com muito cachorro quente, uma garrafa 2L de refrigerante. Todos começaram a devorar ali mesmo, sentados na calçada em frente ao hotel, num domingo calmo e ensolarado, e vendo algumas (poucas) pessoas passarem. Deixaram alguns para Luciano, foram até o quarto dele e mais uma vez foram recebidos de forma bem mau humorada: "deixa essa merda aí que eu como depois".

Saindo mais uma vez da pousada, fomos convidado para almoçar na casa dos produtores Mirella e Fabrício, que também tinham um espaço cultural na casa deles, o Abrigo Rock Bar. Sem Luciano, fomos todos para lá, ficamos conversando, trocando ideias e experiências acerca de shows e produção. Após o almoço, eles fizeram uma quentinha para Luciano e nos informou a hora que a van iria nos pegar parar nos levar à Salvador. Chegando na pousada, Luciano continuava deitado a tinha metade de cachorro quente na cômoda dele. Ele tinha pego apenas um, dos que deixamos para ele. 



A situação estava chata. Quando a van chegou, ele foi no banco da frente, com o motorista enquanto todos iam no fundo. Na hora todos pensaram que ele ia indicar o caminho quando chegássemos a Salvador, mas o motorista ia nos deixar na região do Iguatemi, e de lá íamos pegar cada um sua condução para casa. A situação estava estranha, todos animados com o evento, e outro membro na frente calado, sério, mesmo com todos no carro falando bobagens e contando piadas. O calor é grande na região e o motorista parou numa em outra cidade no caminho e comprou picolés para todos no carro, mas Luciano recusou. Ele veio durante toda a viagem calado, isolado de todos da banda.

Ao chegarmos em Salvador, todos desceram do carro e foram para o ponto de ônibus em frente ao shopping Iguatemi (atual Shopping da Bahia). Daniel pegou um ônibus. Henrique ia de táxi. Val e Andreza iam pegar um ônibus, passou um que perderam mas veio outro logo em seguida, e quando passaram pelo que tinham perdido viram eu que ele estava sendo assaltado! Já Luciano pediu dinheiro emprestado a Henrique (dinheiro que ele nunca mais ia ver!) para pegar um táxi. Foi o último show dele com a banda, já que devido aos conflitos e insatisfação de todos com o comportamento dele, ele seria colocado para fora em breve.









sexta-feira, 26 de março de 2021

ROCK IN RIO DE CONTAS (2013)

 

Depois de nossa apresentação em Caetité, voltamos ao estúdio de gravação, já que tínhamos arrecadado mais dinheiro para a gravação. A bateria tinha sido finalizada em 08 de agosto, baixo e guitarras tinham sido gravados em outubro e nesse período alguns problemas surgiram por parte de Luciano, que nos fez gastar mais do que o esperado na gravação. 

Nessa época, fomos convidados a tocar como em Jequié, terra de Henrique. Seria nosso primeiro show como headliner no interior da Bahia. A produção acertou nossas passagens, e iríamos ficar na casa do pai de Henrique.

Nesse período, já começamos a ter problemas com Luciano, fora da gravação. Marcamos dois ensaios em um estúdio, numa avenida chamada Bonocô. No primeiro ele chegou com duas horas e meia de atraso! Ele culpou o taxista, alegando que ele não sabia onde era a Bonocô, que é uma das avenidas mais transitadas em Salvador. Na segunda vez, atrasou uma hora. O clima em ambos os ensaios não eram mais tão bom quanto antes. Fora que ele alegava algumas vezes que não tinha o dinheiro pra ajudar no ensaio. Isso já era algo que vinha de muito tempo. As vezes ele não aparecia em alguns ensaios. Sofrendo de enxaqueca , algumas vezes ele ia pra a emergência, e já apareceu em ensaio com pulseira hospitalar. Relevamos muita coisa por conta disso.

Vídeo chamada para o Rock In Rio de Contas 2013

Saímos de Salvador na noite de anterior ao evento, uma sexta-feira 13, e chegamos na cidade no meio da madrugada. Fomos todos descansar e no dia seguinte, após comer, e sermos assediados por um pinscher safado que morava na casa, fomos conhecer o local do show, e já levando nosso pano de fundo para deixar já arrumado.





 

O local do show era a Casa da Cultura Pacífico Ribeiro. A produção ficou a cargo de amigos de Henrique. O local era espaçoso e do lado tinha uma exposição de vacas decoradas.








Uma vez dentro do local tratamos de conferir os preparativos para o evento, além de deixar a postos nosso pano de fundo, além de uma rápida passagem de som.




Depois de tudo acertado, Henrique nos levou para uma volta pela cidade, e dirigia como uma misto de Mad Max e Velozes e Furiosos! A cidade de Jequié é conhecida como "Cidade do Sol", e constatamos, pelo calor, que tinha provavelmente um sol em cada bairro da cidade. "Aqui nem os pombos voam para não se queimar", disse Daniel.

Fomos comprar encordoamento e algum material que fosse necessário e voltamos para a residência para descansar um pouco, já que o evento iria começar cedo e a produção tinha horário para devolver a casa.

Enfim, chegou a hora de irmos ao local do show. A responsabilidade maior era para Henrique, filho da terra. O split "Pain is Inevitable" tinha uma ótima repercussão e aceitação pelo público no interior. Chegamos na Casa de Cultura, e já tinha um público bom no local. Também tinha um stand da Headcrusher Produções, comercializando diversos CDs e materiais, incluído ai o nosso. Muito amigos de Henrique estavam presentes também e encontramos Miqueias, guitarrista da Blackoutt-X, que viajou para ver nossa apresentação.



A abertura do evento ficou a cargo das bandas locais Boca de lobo, Bodhi e Rousing Riot. Enquanto Daniel e Henrique faziam um aquecimento prévio, Val e as namoradas de Henrique e Daniel foram olhar o show das bandas de abertura.

Já que éramos headliner do evento e com tempo de sobra, fizemos uma apresentação um pouco mais longa que o normal, e o público curtiu nosso show. Após o evento, ficamos socializando com o pessoal que compareceu, e depois iríamos para uma confraternização na casa dos pais de Nataly, a namorada de Henrique. O único que se recusou foi Luciano que pediu para ser levado para onde estávamos hospedados. Essa situação era muito chata, já que nos últimos shows, quando a banda queria socializar com o público e outras bandas, ele simplesmente ia embora. Levaram ele e depois disso o restante da noite foi agradável.

No dia seguinte, fomos mais uma vez dar uma de turistas, dessa vez sem pressa, antes de retornarmos para Salvador. Ainda pensando na gravação, tínhamos que conseguir juntar mais dinheiro para o restante das guitarras, antes de partir para gravar as vozes. Mas os problemas com Luciano ainda iriam aumentar... 

 



 
























 










A situação não está fácil para ninguém!